terça-feira, 17 de março de 2015

História do Símbolo da Agronomia

O primeiro símbolo da profissão do Engenheiro Agrônomo surgiu em 1946 por ocasião da regulamentação da profissão e era uma engrenagem – simbolizando a engenharia – com um arado dentro – simbolizando a agricultura. Em 1963 ele foi reformulado, ganhando mais detalhes e escrito “Engenheiro Agrônomo” ao longo da engrenagem.

1946
1963

O símbolo que persiste até hoje e ganhou alcance nacional surgiu em 1969, no VI CBA – Congresso Brasileiro de Agronomia realizado pela FAEAB (Federação das Associações dos Engenheiros Agrônomos do Brasil), realizado em Porto Alegre/RS. Na época a FAEAB tinha um debate mais progressista e crítico, sendo anos depois uma das organizações que apoiou a fundação da nossa FEAB e estivemos lutando juto em torno de várias pautas, principalmente nas críticas à revolução verde e a construção da Agricultura Alternativa no país.

1969
Atualmente
                                        
O símbolo da agronomia é composto por seis “A”. Estes “A” representam as Associações de Engenheiros-Agrônomos dos Estados filiados à FAEAB, mostrando no seu conjunto a união das mesmas nas soluções dos problemas das Associações, dos Agrônomos, da Agronomia, da Agricultura, da Agropecuária e da Agroindústria.



Adaptação:

http://agronomia.jatai.ufg.br/n/27461-historico-do-simbolo-da-agronomia

Fonte:

https://feab.wordpress.com/

Cronologia do Curso de Agronomia no Brasil

A palavra Agrônomo enquanto profissão remonta a Atenas (meados de 1.300) designando o magistrado encarregado da administração da periferia agrícola da cidade. A agronomia surgiu como Ciência Agrária no século XVIII, quando botânicos e cientistas passaram a estudar a composição dos vegetais. Tornou-se “oficial” primeiramente na Europa, em 1848, com a fundação, na França, do Instituto Nacional Agronômico de Versailles (1848-1852).

No período Brasil Colônia. D. João VI criou dois cursos práticos de agricultura, em 1812 na Bahia e em 1814, no Rio de Janeiro.

1.859 : Imperial Instituto Baiano de Agricultura, decreto 2.500-A, de 01/11/1859.

1.875: Imperial Escola Agrícola da Bahia (decreto nº 5.957, de 23/06/1875), primeira escola de agronomia, no povoado de São Bento das Lages, no município de Cruz das Almas, Bahia. Hoje denomina-se Escola de Agronomia da Universidade Federal da Bahia.

1.887: IAC – Instituto Agronômico de Campinas.

1.894: Escola Politécnica, Agronomia, em SP, tendo diplomado um total de 23 desses profissionais até 1910, quando o curso foi desativado.

1.900: Escola Agrícola Prática São João da Montanha, em Piracicaba.

1.901: Escola Agrícola Prática Luiz de Queiroz; hoje ESALQ - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz.

1.908: ESAL – Escola Superior de Agricultura de Lavras.

1.915: Primeira mulher a se diplomar em Agronomia, na Escola de Pelotas, RS.

1.922: Escola de Agricultura e Veterinária de Viçosa.

1.933: A profissão de engenheiro agrônomo foi reconhecida.

1.940: Escola de Agricultura e Veterinária de MG transformou-se em Universidade Rural do Estado de MG, atualmente é a Universidade Federal de Viçosa (UFV).

1.960: Início da fase de estabelecimento de vários Cursos de Pós-graduação em Agricultura.

1973 - criação da EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecúaria), durante o regime militar.

O reconhecimento do curso de Agronomia somente se deu 35 anos após a criação do primeiro colégio, com o decreto 8.319/1910. O dia 12 de outubro, quando foi promulgado o decreto, passou a ser o “Dia do Engenheiro Agrônomo”.

Bibliografia:

Cf. Revista de Educação Agrícola Superior, Brasília, ABEAS, vol. 18. n.2, 2000. pp. 7-13.

O Que o Agrônomo Pode Fazer?

Trago aqui algumas das diversas áreas que o engenheiro agrônomo pode dar ênfase em sua vida profissional. Vale a pena salientar que campos como os da biotecnologia e da ciência da computação (processamento e armazenagem de dados) estão tornando possível o progresso e o desenvolvimento de novos campos de pesquisa na área das ciências agrárias, aumentando o leque de possibilidades de atuação graças aos avanços tecnológicos.

Solos
Controlar as propriedades físicas dos solos, a fim de preservar sua fertilidade, prescrevendo seu manejo posteriormente.

Fig.1: Os engenheiros agrônomos estudam o solo como recurso natural, encontrando técnicas para o seu uso sustentável. 

Engenharia Rural
Projetar obras em propriedades rurais, definindo o nivelamento do solo e montagem de sistemas de irrigação.

Fig.2: Exemplo de construção rural.

Fitotecnia
Acompanhar o cultivo e a colheita de safras, buscando aumentar a produtividade por meio da seleção de sementes, do emprego de adubos e do combate a pragas.

Silvicultura
Recuperar matas devastadas e cuidar do plantio e do manejo de áreas de reflorestamento. Preparar relatórios de impacto ambiental.

Fig.3: A silvicultura de eucalipto dá origem aos papéis que utilizamos cotidianamente.

Defesa Sanitária
Combater pragas e prevenir doenças em lavouras e rebanhos.

Administração Rural
Gerenciar unidades de produção de propriedades rurais, desde o planejamento das compras até o gerenciamento de equipamentos e recursos humanos.

Economia e Administração Agroindustrial
Planejar e gerenciar as operações de distribuição e venda de produtos agrícolas. Coordenar programas de crédito rural para cooperativas e pequenos produtores.

Indústria e Comercialização de Alimentos
Supervisionar a estratégia de preços de alimentos de origem animal e vegetal.

Manejo Ambiental
Explorar racionalmente os recursos naturais, visando à preservação do meio ambiente, em atividades como elaboração de relatórios de impacto ambiental, manejo de dejetos, avaliação da aptidão das terras, saneamento de propriedades rurais, recuperação de terras degradadas e coordenação de projetos de reflorestamento.

Produção Agroindustrial
Gerenciar o processo de industrialização de produtos agrícolas, controlando a qualidade final da produção. Pesquisar novas tecnologias e produtos.

Fig.4: A industria de cana-de-açúcar é uma das mais importantes do país.

Melhoramento Animal e Vegetal
Realizar pesquisas e desenvolver técnicas visando à melhoria da produção.

Fig.5: A área de melhoramento genético busca o desenvolvimento de clones e variedades com maior produtividade.

Zootecnia
Controlar a produção de pastagens e grãos utilizados na agropecuária e planejar a criação dos rebanhos.

Fig.6: A zootecnia busca uma maior produtividade e rentabilidade na criação de animais e no desenvolvimento de produtos como carne, leite e seus derivados.

Fonte:

Guia do Estudante. Disponível em: <http://guiadoestudante.abril.com.br/profissoes/meio-ambiente-ciencias-agrarias/agronomia-683987.shtml> Acesso em: 17 de março de 2015

terça-feira, 10 de março de 2015

A História da Agricultura e o Avanço da Era Neolítica

Apesar da importância das fases anteriores da evolução humana, mostrarei neste breve artigo um pouco do desenvolvimento da agricultura a partir do período neolítico, também conhecido como Nova Idade da Pedra ou Idade da Pedra Polida.

Fig.1: Períodos Pré-Históricos simplificados.

Neste período tão importante da nossa história, ocorreram duas coisas incríveis, um novo processo de fabricação de instrumentos, o polimento da pedra (12.000 anos atrás) e a descoberta da agricultura (Entre 10.000 a 5.000 anos atrás). Essas novidades inauguram o último período da Pré-história, prolongando-se até o aparecimento da escrita e da metalurgia.

Fig.2: Exemplos de instrumentos utilizados no Neolítico.

Alguns indivíduos de povos caçadores-coletores notaram que alguns grãos que eram coletados da natureza para a sua alimentação poderiam ser enterrados, isto é, "semeados" a fim de produzir novas plantas iguais às que os originaram.

Pesquisas têm revelado que as primeiras atividades agrícolas ocorreram na região de Jericó, num grande oásis junto ao mar Morto, há cerca de 12 mil anos. Por meio de difusão ou movimentos independentes, supõe-se que o fenômeno tenha se desenvolvido também na Índia (há 8 mil anos), na China (7 mil), na Europa, (6.500), na áfrica tropical (5 mil) e nas Américas (4.500).

Os produtos cultivados variavam de região para região com a natural predominância de espécies nativas, como o trigo, cevada, arroz, milho, batata doce e mandioca. Uma vez iniciada a atividade, o humano foi aprendendo a selecionar as melhores plantas para a semeadura e a promover o enxerto de variedades, de modo a produzir alimentos mais nutritivos do que os selvagens.

Essa prática permitiu o aumento da oferta de alimento dessas pessoas, as plantas começaram a ser cultivadas muito próximas uma das outras. Isso porque elas podiam produzir frutos, que eram facilmente colhidos quando maturassem, o que permitia uma maior produtividade das plantas cultivadas em relação ao seu habitat natural.

Além da agricultura, houve o aparecimento dos machados e enxadas que podiam ser fabricados através do polimento de todos os tipos de pedras duras e passíveis de serem afiadas várias vezes, essa época é marcada por outras inovações revolucionárias, como a construção de moradias duráveis, a cerâmica de argila cozida e os primeiros desenvolvimentos da agricultura e da criação.

Nessa mesma época, após algum tempo, essas plantas e também animais especialmente escolhidos e explorados foram domesticados e, dessa forma, essas sociedades de predadores se transformaram por si mesmas, paulatinamente, em sociedades de cultivadores. Desde então, essas sociedades introduziram e desenvolveram espécies domesticadas na maior parte dos ecossistemas do planeta, transformando-os, então, por seu trabalho, em ecossistemas cultivados, artificializados, cada vez mais distintos dos ecossistemas naturais originais.

Essa passagem da predação à agricultura, ou seja, a revolução agrícola neolítica, foi sem dúvida, como enfatiza V. G. Childe, “a primeira revolução que transformou a economia humana”.

Bibliografia:

CHILDE, Vere Gordon. A Evolução Cultural do Homem. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.

MAZ. O. YER & R. OUDAR. T, 1933 - História das agriculturas no mundo: do neolítico à crise contemporânea Marcel Mazoyer, Laurence Roudart – São Paulo: Editora UNESP; Brasília, DF: NEAD, 2010.

O Que é Agricultura?

De forma genérica, a agricultura pode ser definida como um conjunto de técnicas voltadas para a produção de plantas, objetivando-se a obtenção de alimentos (destinados a seres humanos e animais), dentre outras matérias primas de origem vegetal.
 
Fig.1: Produção de arroz no Vietnã.
Etimologicamente, a palavra agricultura vem do latim  agricultūra, composta por ager (campo, território) e cultūra (cultivo), no sentido estrito de cultivo do solo.³
Já na língua portuguesa a palavra agricultura manteve seu sentido inalterado, referindo-se desde sempre ao cultivo dos campos, ou seja, relaciona-se à produção de vegetais.²

A ciência que explora as características do solo e das plantas, com o intuito de aumentar a produção e qualidade dos mesmos e desenvolver e utilizar técnicas agrícolas é a agronomia, que dentro das ciências agrárias, é um campo multidisciplinar que inclui sub-áreas aplicadas das ciências naturais, exatas, sociais e econômicas que trabalham em conjunto visando aumentar compreensão da agropecuária e melhorar as práticas agrícolas e zootécnicas, por meios de técnicas e tecnologias, em favor de uma otimização da produção, do ponto de vista econômico, técnico, social e ambiental.¹

¹ Da Revolução Verde à Revolução dos Genes. Disponível em: <http://usinfo.state.gov/journals/ites/1099/ijep/ie109905.htm>. Acesso em: 10 de março de 2015

² FERREIRA, Marina Baird e dos ANJOS, Margarida (coord). Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. 4ª edição. Curitiba: Editora Positivo, 2009

³ Latin Dictionary and Grammar Aid. Disponível em: <http://archives.nd.edu/latgramm.htm>. Acesso em: 10 de março de 2015